A Volta Questionável da AMM no Norte
AMM e a Eleição: A Volta Tardia e Questionável da Associação Mineira de Municípios
A Associação Mineira de Municípios (AMM), que parecia ter desaparecido do cenário do Norte de Minas, ressurgiu de forma repentina e estratégica. Recentemente, a entidade organizou um evento em Montes Claros voltado para prefeitos e servidores municipais, mas o timing desse encontro levanta sérias questões sobre suas intenções e a verdadeira relevância de sua atuação para os municípios mineiros.
A realização desse evento nas vésperas da eleição da AMM, marcada para o próximo mês, não pode ser vista como mera coincidência. O atual presidente Marcos Vinicios, que busca a reeleição, enfrenta a concorrência do prefeito de Patos de Minas, Luiz Eduardo Falcão. É difícil não questionar se a movimentação da AMM é uma tentativa de consolidar apoio em um momento tão crítico para sua liderança. O edital para o evento foi publicado apenas 10 dias antes da votação, o que parece indicar uma estratégia deliberada para mobilizar prefeitos e servidores em favor da continuidade de sua gestão.
Além disso, é intrigante observar que um ex-prefeito esteja se candidatando à presidência de uma entidade que representa 808 filiados dos 853 municípios de Minas Gerais. Essa situação levanta dúvidas sobre a representatividade e a legitimidade da AMM. A associação deveria ser um espaço para promover os interesses dos municípios e seus gestores atuais, mas a escolha de um ex-prefeito para liderar a entidade pode soar como uma desconexão com as realidades enfrentadas pelas administrações contemporâneas.
A arrecadação significativa da AMM por meio das contribuições dos municípios é um aspecto que não pode ser ignorado. Se por um lado a entidade tem recursos financeiros consideráveis, por outro, sua atuação efetiva no fortalecimento das municipalidades é questionável. A ausência prolongada no Norte de Minas sugere uma falta de compromisso com as necessidades locais e a promoção do desenvolvimento regional.
É fundamental que os prefeitos e servidores municipais reflitam sobre o papel da AMM e sua capacidade de representar verdadeiramente os interesses dos municípios mineiros. O evento recente pode ter servido como uma vitrine para os candidatos à presidência, mas não deve ofuscar as questões essenciais que precisam ser abordadas pela associação.
Em um momento em que as cidades enfrentam desafios complexos, como a gestão financeira, saúde pública e infraestrutura, é imperativo que a AMM se reestabeleça como uma voz ativa e eficaz na defesa dos municípios. A eleição se aproxima, e os eleitores devem estar cientes das implicações dessa escolha. A verdadeira liderança deve vir não apenas de quem já ocupou cargos no passado, mas sim daqueles que estão dispostos a ouvir as demandas atuais e lutar por um futuro melhor para todos os municípios mineiros.
Portanto, é hora de exigir mais transparência e comprometimento da AMM com seus filiados. A associação tem o potencial de ser uma força poderosa na política municipal mineira; no entanto, isso só será possível se houver um real alinhamento com as necessidades dos prefeitos e das comunidades que representam. A eleição está próxima, e as expectativas são altas – é hora de agir!