Economia
Apesar das declarações negativas do candidato petista a presidência, 69% das empresas ativas no país são MEIs; para Economia, o Brasil não é mais hostil a empreendedor
De cada 10 empresas em atividade hoje no Brasil, sete são microempreendedores individuais
As declarações negativas do candidato petista no debate da Tv Globo (28), ascendem uma discussão em todo o país a cerca do futuro desses trabalhadores em uma eventual eleição de Lula (PT) especialistas apontam que tal posicionamento é visto como uma expectativa ruim para o mercado. Do total de empresas ativas no Brasil (19.373.257), 69% são de Microempreendedores Individuais (MEIs), um volume de 13.489.017. "O fato de ter grandes números de MEIs é resultado do sucesso de política pública de formalização para quem tinha atividade informal. Não há dificuldades em abrir empresas no Brasil", disse o diretor do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, André Luiz Santa Cruz, durante entrevista coletiva.
De acordo com ele, as MEIs são atividades importantes, que geram empregos formais, inclusive, e muitas vezes são o embrião de um empreendimento que vai prosperar. "Além disso, sucesso do MEI é uma demonstração de resultado das políticas de ambiente de negócios. Quanto mais se melhora o ambiente de negócios, mais as pessoas se sentem estimuladas a empreender. Este é o retrato de nosso tempo. O Brasil não é mais um país hostil a quem quer empreender", disse.
Das mais de 13 mi unidades MEI em funcionamento no Brasil, 1.114.826 foram abertas no primeiro quadrimestre deste ano, um aumento de 14,0% em relação aos últimos quatro meses de 2021, mas uma queda de 3,2% na comparação com igual período do ano passado. Estes dados fazem parte do Boletim do Mapa de Empresas do 1º Quadrimestre de 2022, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Ministério da Economia.
As sociedades Empresariais Limitadas somam 4.667.178 unidades, das quais 226.549 iniciaram as atividades entre janeiro e abril passado, um acréscimo de 3,2% ante o último quadrimestre de 2021 e de 19,1% sobre o primeiro. Já as Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (Eireli) totalizam 937.163, um aumento de 2.381 firmas no primeiro quadrimestre do ano (queda de 55,5% na comparação com o terceiro quadrimestre de 2021 e baixa de 92 4% ante igual período do ano passado).
O volume de sociedades anônimas no País é de 177.898, das quais 3.749 começaram a atuar no mesmo período do recorte do boletim -queda de 20,6% ante o período anterior e de 23,8% na comparação com iguais meses de 2021. No caso de cooperativas, houve abertura de portas de 880 unidades de janeiro a abril, para um total de 35.169. Isso representou uma baixa de 3,8% na comparação de setembro a dezembro de 2021, mas uma alta de 23,2% ante igual período do ano passado.
Por fim, o grupo "demais tipos de empresas" registrou 66.832 estabelecimentos no primeiro quadrimestre do ano, quando 1.742 entraram em operação - queda de 40% e de 32,5%, respectivamente.
ENTENDA
O FATO
Na noite desta sexta-feira (28), aconteceu na
TV Globo o último debate presidencial. No quarto bloco, os candidatos Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) tiveram de escolher temas
pré-definidos para questionar o adversário. Depois, cada um teria 5 minutos
para administrar.
Jair Bolsonaro questionou Lula sobre criação
empregos. O petista afirmou que, atualmente, são contabilizados trabalhos
informais, enquanto, no tempo dele, "emprego" é aquele com carteira
assinada.
Depois, o tema entre os candidatos migrou para
a relação com os prefeitos. Lula seguiu a estratégia de não cair nas
provocações de Jair Bolsonaro e falou diretamente com o eleitor. O candidato do
PT falou sobre criar empregos com direitos trabalhistas.
Bolsonaro afirmou que o parlamento está
alinhado com ele, o que facilitaria o Brasil "decolar e ser uma grande
nação".
Lula dosou mal o empo e deixou Jair Bolsonaro
com 2:24 para falar sozinho. O presidente elogiou o PIX, falou sobre os
brasileiros que são MEI (microempreendedor individual), depois citou a água no
Nordeste, falou sobre metrô em Minas Gerais, citou diversos estados do Brasil e
particularidades de cada um.
Na vez de Lula perguntar, o petista optou por
falar sobre meio ambiente e mudanças climáticas. "Até quando o senhor vai
continuar a política de desmate nos biomas brasileiros, sobretudo na
Amazônia?", perguntou.
Enquanto Bolsonaro acusou Lula de ter desmatado
mais, o petista lembrou de Marina Silva, que foi ministra do Meio Ambiente
durante os governos lulistas. A discussão se estendeu para temas como energia
limpa, saneamento básico e fornecimento de água. O fim, no entanto, foi sobre a
quantidade de picanha que era possível comprar com o Bolsa Família e com o
Auxílio Brasil, assunto dito por Bolsonaro e criticado por Lula.
Os dois candidatos fizeram pedidos de direito
de resposta, mas foram negados.
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